MARIA NEUZA DE OLIVEIRA
( Vitória – Espírito Santo – Brasil )
Bancária com um livro de poesias publicado em 1977 – Velho Barco Meu Coração.
Participação na Antologia poética “POETAS DO BRASIL 2000” – Instituto de Poesia Internacional de Porto Alegre – RS.
Diplomas de Menção Honrosa e destaque Classificação em Concursos do Grupo Brasília de Comunicação, bem como em antologias
de poesias e contos.
Medalha e diploma Jorn. Hipólito da Costa em 1988, participação no PSIU POÉTICO DE MONTES CLAROS / MG.
XIII ANTOLOGIA DE POETAS E ESCRITORES DOBRASIL. Organizada por Reis de Souza. Volume XXXVI. (Selecionados pela Revista Brasília). Brasília: Grupo Brasília de Comunicação, 1999.88 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda - Doação do livreiro Brito (DF)
VESTES
Nasci nua de veste,
E correndo... E vivendo...
fui perdendo partes das
minhas vestes interiores.
Sei, talvez, ao perder umas,
outras ganhei com o saber.
Não sei se sei
Ou, se perdendo minhas vestes,
fui-me esvaziando também do que possuía;
a roupagem trazida na alma
era um bem não transmutável,
nem tão pouco descartável.
Não pode ter sido perdido.
Quem sabe esteja esta roupa?
em algum espaço guardada.
Foi simplesmente esquecida
no fundo do armário fechado
do meu mundo inconsciente.
MATÉRIA PRIMA
Quero retratar com a máquina (meus olhos)
a beleza contida neste raiar de dia.
Senhor! me empreste um pincel (talento)
Pintarei imagens no meu coração amante.
Não sei quando conservarei tal coisa!
Nesse museu, meu corpo-cabeça-alma.
adquiri as telas de mercador, distinto (o tempo)
o meu maior fornecedor e cúmplice.
Dentro da grande escola-de-artes, (a vida)
poucos cursos fiz e me julgo analfabeta.
Dei meus primeiro toques, e procuro perfeição.
Pobre de mim! Não fosse o SENHOR, meu mestre!
Que com lentes de águia, examina nossas obras.
Com paciência nos dá na medida certa
a matéria-prima, “O AMOR”.
ALTÍSSIMA EMOÇÃO
Nas cordas líricas
violino me vem
o som de terna melodia.
Fico parada.
Prendo a respiração.
Não há nada, como a música!
Para elevar a alma
a mais alta emoção.
ANTOLOGIA DEL SECCHI, 2005 Volume XV, Rio de Janeiro: 328 p. 14 x 21 cm ISBN 85-8649-14-3 No. 10 231
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, Brasília, novembro de 2024.
CÂNTICO DE ESPERANÇA
Quanto canto a vida
Me sinto acalentada
Ecos de forma inversa
Quando a tristeza me mata
Morre-se de tristeza
Lentamente se apagando
Como a luz tênue da vela
Quando a borra se esparrama.
Assim o coração desmancha-se
Desandado por sofrer
Contraindo-se as entranhas
Da alma que habita nele.
Mas, basta abrir uma porta
Pra tristeza pular fora
E entrar de novo a alegria
Que é sol que a vida ilumina
Que é paz que a alma irradia.
A VELHA ARCA
É um barco velho e estreito
Como velha é a arca da vida
Cabe num espaço qualquer
É calculado em qualquer medida.
Desce o barco, o barco sobe.
Vai e vem espalhando as águas.
Gota a gota ao ar devolve.
Como o coração absorve as mágoas.
Assim é o mar que ora navega
Este barco que só tem um rumo
Como qualquer nave que percorre o ar
Assim, também, o meu barco
Se entrega ao mar da vida
E sobe em seguida em direção ao cais.
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Página ampliada e republicada em dezembro de 2024.
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Página publicada em setembro de 2021.
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